Projeto Travessias

Quem foi que disse que uma exposição artística deve ser restrita às galerias da Zona Sul ou outros tradicionais espaços de exibição? Raul Mourão e Felipe Scovino, idealizadores do Projeto Travessias, provam que a arte também é bem-vinda na favela. Depois do sucesso da primeira edição no ano passado, a exposição "Travessias 2 - Arte contemporânea da Maré" descentraliza a cultura e coloca a periferia no circuito cultural da cidade.

São obras de dez artistas, como Vik Muniz e Carlos Vergara, que ficaram expostas ao públicos no Galpão Bela Maré a partir de amanhã. Além do impacto visual, as obras reunidas trabalham com a ideia de reconfiguração do olhar. Ou seja, elas brincam com o espaço, misturam pintura e fotografia ou simplesmente vão além de simples quadro.

Vik Muniz

Ratão Diniz

Arjan Martiz

Marcelo Silveira

Vik Muniz é um dos entusiastas do projeto. "Expomos na Maré da mesma maneira que exporíamos em uma galeria em São Paulo. Não fizemos uma arte diferente para a periferia, porque queríamos mostrar que não existe diferença, um lugar não é pior nem melhor que o outro", afirma o artista, em entrevista ao jornalista Bolívar Torres do Jornal O Globo.

É claro que, ao fazer uma exposição na favela da Maré e abri-la para um público que nunca havia visitado uma galeria de arte, a dinâmica da visitação se torna menos informal e mais diversificada. Não há clima cerimonioso dos vernissages convencionais: tomar uma cervejinha comprada no boteco enquanto se aprecia às obras deve parecer natural.

Para quem quiser visitar, a exposição "Travessias 2 - Arte contemporânea na Maré" fica aberta todas as quartas, sábados e domingos das 10h às 18h e quintas e sextas das 10 às 20h. De 13 de abril a 23 de junho. Entrada gratuita. O endereço do Galpão Bela Maré é Rua Bittencourt Sampaio, 169 (entre as passarelas 9 e 10 da Avenida Brasil) - Favela da Maré.

O site do evento é super-fofo, vale à pena conferir para saber mais informações.